No dia 9 de Março de 2021 faleceu, aos 90 anos, um dos grandes nomes do diálogo entre as ciências naturais e a fé cristã – John C. Polkinghorne. Ele foi ganhador do prestigiado Prêmio Templeton em 2002, que premia anualmente pessoas que fazem uma contribuição extraordinária em afirmar as dimensões espirituais da existência humana. O curto texto abaixo foi retirado do site do Prêmio Templeton e conta resumidamente a trajetória deste grande físico e cristão.
John Polkinghorne foi um físico matemático e clérigo anglicano cujo tratamento da teologia como uma ciência natural revigorou a busca por uma interface entre ciência e religião. Polkinghorne renunciou ao cargo de Professor de Física Matemática na Universidade de Cambridge em 1979 para prosseguir os estudos teológicos, tornando-se reverendo em 1982. Desde então, seus extensos escritos e palestras têm aplicado consistentemente hábitos científicos ao cristianismo, resultando em uma nova exploração moderna e convincente da fé. Sua abordagem aos fundamentos da ortodoxia cristã – incluindo a Trindade, a ressurreição de Cristo após a morte e a criação do universo por Deus – usando os hábitos de uma mente científica rigorosa lhe trouxeram o reconhecimento internacional como uma voz única para a compreensão da Bíblia, bem como para a evolução da doutrina cristã.
Quero levar a ciência e a religião com grande e igual seriedade. Eu as vejo como campos complementares um ao outro e não como rivais. A coisa mais importante que elas têm em comum é que ambas acreditam que há uma verdade a ser buscada e encontrada, uma verdade cuja realização vem através da busca de uma crença bem motivada. É claro que as duas formas de investigação veem a realidade sob diferentes perspectivas, a ciência estudando os processos do mundo, enquanto a religião está preocupada com a questão mais profunda de se há um significado divino e propósito por trás do que está acontecendo. Acredito que preciso da abordagem binocular da ciência e da religião se eu quiser fazer qualquer tipo de justiça à realidade profunda e rica do mundo em que vivemos. Penso em mim e em alguns dos meus colegas nesta tarefa, como sendo cientistas-teólogos “de dois olhos”.
Para mais informações sobre John Polkinghorne, visite a homenagem feita pelo Prêmio Templeton a ele, aqui. (Em inglês)
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