Ciência e fé são normalmente entendidas como faces opostas de uma mesma moeda. Para saber sobre as origens do mundo, você precisa escolher entre a explicação da ciência ou a resposta da fé, e as duas são contraditórias – não podem coexistir. Esse é o entendimento que as pessoas normalmente têm sobre esses dois campos, sejam elas religiosas ou não. O cristão frequentemente ouve que precisa escolher entre o que a ciência diz ou o que a Bíblia diz. E o cientista, por sua vez, afirma que não é possível ser um cientista e crer em Deus ou ser uma pessoa de fé.
Mas, a vida real nos mostra o contrário: muitos – na verdade, a maioria (segundo pesquisas) – dos cientistas professam alguma fé, além de a esmagadora maioria dos prêmios Nobel serem cristãos ou judeus (86% contra apenas 7% ateus ou agnósticos). Sabe-se que a história da ciência é profundamente conectada com a religião, e particularmente com o cristianismo, e os cientistas que “inventaram” esse empreendimento chamado ciência eram, em sua imensa maioria, cristãos. Ou seja, há algo a mais nessa noção de conflito que tanto se propaga por aí, e há pouca gente falando sobre esse assunto.